Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
Após algumas manifestações feitas no ano passado devido o atraso no pagamento dos salários, os funcionários do Hospital Beneficente Padre Bernardo Braakhuis, de Bilac, entraram em greve nesse dia 30.
A paralisação foi decidida em assembleia do Sinsaúde (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Araçatuba e Região) e os funcionários só retornarão ao serviço assim que receberem seus salários atrasados.
Os funcionários reivindicam o salário referente ao mês de dezembro do ano passado, assim como o 13º salário de 2015 e 2016, além do reajuste das categorias, que não é feito desde 2015.
Além de moradores de Bilac, a entidade atende pacientes dos municípios de Gabriel Monteiro, Piacatu e Santópolis do Aguapeí. A unidade realiza de 80 a 100 atendimentos diários, informou uma das funcionárias do hospital.
A gestão do hospital, que é feita pela AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil) desde janeiro de 2015, atribui o atraso nos pagamentos dos funcionários à falta de recursos financeiros.
De acordo com a AHBB, desde julho de 2015 a Prefeitura de Bilac deixou de repassar à entidade R$ 50 mil mensais, valor este que atualmente se aproxima de R$ 1 milhão. A Prefeitura de Bilac diz não reconhecer tal “dívida”.
Com a paralisação, os funcionários que não aderiram à greve estão se revezando para realizar apenas atendimento de urgência e emergência. Entre os grevistas, o maior grupo é o da enfermagem.
No dia seguinte (31) ao início da greve, funcionários e moradores realizaram uma passeata pelas ruas centrais da cidade em apoio à paralisação.
Em dezembro do ano passado, 11 funcionários da entidade foram demitidos pela AHBB sob a justificativa de que o hospital enfrenta atualmente uma crise financeira devido à falta de repasse.
Sindicato quer que impasse seja resolvido
Para o presidente do Sinsaúde, Erivelto Corrêa de Araújo, a origem do problema está no impasse entre a associação que assumiu a gestão do hospital e a Prefeitura de Bilac. “O primeiro esclarecimento a ser feito é esse: que é que deve pra quem. Então, é bom as autoridades do município se manifestarem. [Haverá] Greve até que surja uma solução que seja boa para os trabalhadores do hospital de Bilac”, frisou.
O prefeito de Bilac, Vitor Osmar Botini (PSDB), disse que desde que assumiu a Prefeitura, há um mês, os funcionários da entidade já estavam com o pagamento do salário em atraso.
Vitor ressaltou que o hospital de Bilac sempre foi uma associação beneficente, composta por aproximadamente 30 associados, e que, hoje, não é mais administrado por pessoas de Bilac, mas, sim, por uma Organização Social, com sede na cidade de Lins. “A gente não sabe de que forma eles assumiram o hospital”, declarou o prefeito.