Clealco renegocia dívidas e não descarta possível venda


Tanto o Grupo Clealco quanto a Glencore não quiseram falar sobre o assunto

28/01/2017 09:51 - Atualizado em 03/03/2017 10:01 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani - Arquivo/Jornal Comunicativo

Grupo Clealco, fundado em Clementina em 1980, não quis comentar

A Clealco Açúcar e Álcool está em conversas com bancos para renegociar parte de suas dívidas, que gira em torno de R$ 1,2 bilhão em empréstimos. A gigante do setor sucroalcooleiro - que tem sua sede em Clementina e outras duas unidades, sendo em Penápolis e Queiroz - também não descarta sua possível venda.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, acionistas da Clealco estão considerando retomar processo de reestruturação de suas operações em meio a pesadas dívidas para procurar um comprador, o que pode acontecer simultaneamente com o plano de renegociação dos empréstimos.

De acordo com a Reuters, o Grupo Clealco, que possui três usinas com capacidade combinada de processamento anual de 10 milhões de toneladas de cana, contratou a empresa Pantalica Partners para assessorá-la nas negociações com os bancos.

Os sócios da Clealco esperam levantar em torno de 500 milhões de dólares caso decidam por uma venda total do negócio, segundo a Reuters. As conversas para reestruturação do negócio ocorrem dois meses após a Clealco e a operadora suíça de commodities Glencore suspenderem negociações sobre uma possível venda, que já durava um ano.

A Glencore está avaliando outras instalações brasileiras de açúcar. Em dezembro do ano passado, a Glencore passou a ser a nova controladora de uma usina localizada em Guararapes, até então pertencente ao grupo Unialco.

Segundo a agência de notícias, a ideia inicial dos acionistas da Clealco era de vender uma participação minoritária na empresa para um investidor com o objetivo de arrecadar capital para reduzir a dívida, mas não tiveram sucesso. A Glencore não quis comentar sobre “rumores de mercado ou especulações”.

Em agosto de 2011, o jornal Valor Econômico já havia publicado o interesse de grupos estrangeiros pelo controle da Clealco. De acordo com o jornal, o grupo Olam International, de Cingapura, e a empresa indiana Shree Renuka Sugars, firmaram parceria no Brasil para investir em açúcar e etanol.

No entanto, o acordo não incluía compartilhar ativos já pertencentes à companhia indiana, mas apenas a atuação conjunta em novos projetos e aquisições sucroalcooleiras no país. O primeiro alvo da dobradinha asiática seria os ativos do grupo Clealco.