Mulher mata ex-namorada com dez facadas em Bilac


Crime ocorreu um dia após elas terem reatado o namoro; acusada ligou para a PM avisando que matou a namorada

08/08/2012 18:56 - Atualizado em 19/01/2018 19:13 | Por: Otávio Manhani

Divulgação/Reprodução

Saturnina avisou a polícia que tinha matado Francieli (dir.)

Ciúmes. Este teria sido o possível motivo que resultou em um crime que deixou toda a região perplexa; horrorizada. Não só pela maneira (com golpes de faca), mas pela frieza da réu confessa, a comerciária Saturnina Silva Souza, 19 anos.

O crime aconteceu na noite do último dia 5 (domingo) em uma casa de fundos na rua Santos Dumont, no centro de Bilac, onde morava Saturnina. Ela matou a ex-namorada Francieli Cristina Alves, 22 anos, com aproximadamente dez golpes de faca.

Depois de esfaquear e matar a ex-namorada, Saturnina tomou uma decisão inusitada: ligou para o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) por meio do telefone 190 e confessou o crime. Ela aguardou os policiais chegarem ao local.

Para o tenente-coronel Wilson Carlos Braz, comandante interino do CPI-10, com sede em Araçatuba, a atitude da réu confessa surpreendeu a todos. “Não é todo dia que uma pessoa comete um crime desse e liga para a polícia avisando”, frisou.

No entanto, na delegacia, Saturnina não quis falar os detalhes que motivaram o assassinato. Porém, segundo testemunhas, há a suspeita de que Francieli teria se apaixonado por um homem, o que pode explicar o motivo da briga do casal homossexual.

Após a polícia ter registrado o ocorrido na delegacia, Saturnina foi encaminhada para a cadeia feminina de General Salgado. A informação obtida pelo Comunicativo foi de que a acusada não conversou com os policiais durante o trajeto até a cadeia.

Francielei foi coroinha da igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Bilac, por muitos anos. Seu corpo foi velado no Velório Municipal com a mesma roupa usada nas celebrações. O sepultamento aconteceu por volta das 16h do dia seguinte (6) ao fato, no Cemitério Municipal. Ela não deixa filhos.

DEPOIMENTO

Saturnina e um irmão de 17 anos moravam em uma casa de fundos no mesmo terreno onde reside o cunhado Nivaldo Francisco da Silva, 36 anos, que trabalha como pedreiro. Ele disse que ela começaria um novo emprego no dia 6 (dia anterior ao crime) em Birigui.

Em entrevista ao jornal Folha da Região, de Araçatuba, Silva afirmou que a família sabia do relacionamento da cunhada com a vítima. “A cidade toda sabia e não tinha problema. Para nós as duas eram um casal e sempre as respeitamos”.

Conforme depoimento de Silva, as duas teriam se conhecido há aproximadamente um ano, quando viajavam de ônibus para trabalhar em Birigui. Segundo ele, durante o tempo em que estiveram juntas, afirmou nunca ter presenciado algum tipo de discussão. “Sempre frequentavam minha casa, participavam de churrascos em família, mas não comentavam nada”, ressaltou.

O pedreiro comentou ainda que a cunhada e a vítima ficaram uns três meses separadas, mas que não sabia o motivo. Nesse período, ele disse que as duas se falavam por telefone e trocavam mensagem via celular. Elas teriam reatado o namoro no sábado (4).

“A moça (vítima) veio aqui, passou a noite com ela. No domingo, saí para trabalhar e quando cheguei por volta das 13h30 elas estavam deitadas em um colchão na varanda, rindo e conversando. À tarde também voltei a vê-las e estava tudo na paz”, relatou Silva ao jornal.

OCORRÊNCIA

De acordo com o boletim de ocorrência, o crime aconteceu às 20h45 de domingo. Silva, a esposa e os filhos estavam dormindo quando acordaram com o barulho de policiais no corredor do terreno que dá acesso à casa dos fundos, onde morava Saturnina e o irmão.

“Eu vi a Saturnina conversando com os policiais e quando entrei na casa dela vi a vítima caída no chão da sala, toda ensanguentada”, disse Silva à Folha da Região. Segundo o jornal, a vítima estava de calcinha e com diversas perfurações no corpo. A faca utilizada no crime, de 20 centímetros de lâmina, estava ao lado do corpo da vítima.

O irmão de Saturnina dormia em outro quarto da casa e disse não ter ouvido barulho de discussão. Silva ainda disse que a casa estava em ordem quando entrou e que não havia sinais de briga entre o casal.

Questionada pelo cunhado sobre os motivos que a levou a cometer o assassinato, Saturnina preferiu não comentar.