Santópolis inicia castração de cães e gatos para evitar superpopulação


Serviço gratuito de castração será contínuo e apenas animais sadios serão submetidos ao procedimento

25/01/2018 19:09 - Atualizado em 10/04/2018 09:44 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

O Centro de Vetores e Zoonoses da Prefeitura de Santópolis do Aguapeí iniciou no final do ano passado o serviço gratuito de cirurgias de castração de cães e gatos (machos e fêmeas). Os animais estão sendo castrados por ordem de cadastro.

Apenas animais sadios podem passar pelo procedimento cirúrgico de castração, serviço este que é realizado às quartas-feiras mediante agendamento prévio. Até o momento foram castrados 16 cães e oito gatos, ambos machos.

Para solicitar o serviço gratuito, o morador deve apresentar um comprovante de residência, pois a cirurgia de castração é oferecida exclusivamente para cães e gatos do município de Santópolis do Aguapeí.

Em entrevista ao Comunicativo, o médico veterinário da Prefeitura de Santópolis do Aguapeí, Erivelto Corrêa de Araújo Junior, que é mestre em Ciência Animal e doutorando em Medicina Veterinária Preventiva na Unesp (Universidade Estadual Paulista) - campus de Araçatuba (SP), falou sobre a implantação do serviço gratuito de castração de cães e gatos.

O médico veterinário considera que a superpopulação de animais domésticos é um caso de saúde pública e que a necessidade de um programa de controle populacional de cães e gatos do município surgiu após análise dos dados e indicadores epidemiológicos.

“Um programa deste nível não deve ser criado apenas pelo anseio da população, pois a própria população não faz a parte que cabe à ela, ou seja, ser responsável por seus animais. Quando alguém resolve ter um animal, é necessário saber que o animal poderá viver por mais de 10 anos e, certamente, em algum momento, ele irá adoecer”, destaca o veterinário.

À PRÓPRIA SORTE

Erivelto frisa que várias pessoas acham “comum” abandonar o animal de estimação quando o mesmo adoece. “É neste exato momento que ocorre o abandono. Quando o animal mais precisa de seu dono, este simplesmente o “descarta” à própria sorte na rua, onde permanece comendo lixos, adquirindo e transmitindo uma infinidade de doenças”.

O veterinário explica que as cirurgias de castração iniciaram com cães machos, pois, nos últimos anos, houve ocorrências de cães agressivos soltos nas ruas, acidentes por mordeduras em pessoas, cães atropelados e sofrendo maus-tratos por estarem à procura de cadelas no cio.

“Gatos machos brigam, se machucam e algumas vezes morrem quando há uma fêmea no cio, além dos casos em que muitos felinos são envenenados”, acrescenta Erivelto.

MITOS

O veterinário diz que existem vários mitos sobre a castração de animais de estimação. “Uma das crenças mais comuns é que fêmeas devem ter ao menos uma ninhada antes de serem castradas para que sejam saudáveis e felizes. Já no caso dos machos, crê-se que a castração torna o animal triste e frustrado, pois não conseguiria mais cruzar. Todas as afirmações são falsas, tanto para cães quanto para gatos”, frisa.

CONTÍNUO

O médico veterinário diz que o serviço de castração de cães e gatos será contínuo e não há prazo para concluí-lo. “É um trabalho de formiguinha e ao longo dos anos é que será possível perceber os resultados. Há uma lista de espera, na qual famílias participantes de programas sociais têm prioridade”, adianta.

AGENDAMENTO

O agendamento deve ser feito no Centro de Vetores e Zoonoses do município, que fica localizado na Rua Bechara Chaim Marcos nº 34 ou entrar em contato pelo telefone (18) 99615.6220. Antes da realização da cirurgia, será feita uma triagem dos animais.

Os moradores também podem fazer o cadastro com os Agentes Comunitários de Saúde. Basta informar o nome completo, endereço, telefone de contato, a espécie do animal e quantidade. Apenas animais saudáveis (sem carrapatos, pulgas, sarnas e qualquer outra alteração que coloque a vida do animal em risco durante a cirurgia) serão submetidos ao procedimento.

MIL ANIMAIS

De acordo com o Centro de Vetores e Zoonoses de Santópolis do Aguapeí, o município possui, em média, 900 cães e 72 gatos domiciliados, conforme dados das últimas três campanhas de vacinação antirrábica.

No entanto, segundo Erivelto, este número acaba sendo um pouco maior pelo fato de ter animais de rua, os quais foram abandonados pelos donos.

“A castração de cães e gatos não é uma forma de mutilar o animal, mas, sim, de prevenir algumas doenças graves e evitar o abandono de filhotes, impedindo as ninhadas indesejadas e praticando, assim, a guarda responsável destes animais domésticos”, finaliza o médico veterinário.