Acionistas da Campestre tentam impugnar venda da unidade, mas Justiça garante posse à Clealco


Assim que assumir o comando da Campestre, expectativa da Clealco é de contratar 1,5 mil funcionários

18/12/2013 21:54 - Atualizado em 06/12/2019 22:00 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

Os acionistas da Companhia Açucareira de Penápolis, a Usina Campestre, tentaram impedir a concretização da venda da UPI (Unidade de Produção Independente) para o grupo Clealco. O pedido de impugnação à arrematação foi protocolado na Justiça de Penápolis no final do mês passado por membros da família Egreja.

Em decisão proferida nesse dia 16, o juiz de direito Marcelo Yukio Misaka, da 1ª Vara Civil de Penápolis, acatou parcialmente o pedido de impugnação da venda judicial. Porém, garantiu ao grupo Clealco o comando da Usina Campestre. A homologação da venda da unidade deverá ser entregue por oficial de Justiça ainda nesta semana.

Ao acatar parcialmente o pedido de impugnação, a Justiça de Penápolis incluiu correção monetária nas parcelas a serem pagas e “a constituição de gravame sobre a unidade industrial como garantia dos pagamentos”, diz a sentença.

O juiz considerou em sua decisão que a arrematação foi vantajosa para os impugnantes, se consideradas tentativas de vendas anteriores aonde os próprios acionistas, no ano de 2010, chegaram a apresentar avaliação da UPI de R$ 176,6 milhões. Na época, a família Egreja teria firmado compromisso sem sucesso de venda de suas ações, incluindo outros imóveis, pelo valor de R$ 200 milhões.

A venda da UPI foi aprovada em assembleia com credores da Campestre e confirmada no mês passado. A planta foi arrematada pelo grupo Clealco por R$ 187 milhões, a serem quitados em parcelas até dezembro de 2018.

O negócio foi fechado mediante o compromisso de fornecimento de 1,4 milhão de toneladas de cana-de-açúcar para a próxima safra. Para reafirmar seu interesse na aquisição, a Clealco, que possui usinas em Clementina e Queiroz, efetuou depósito em juízo no valor de R$ 19,7 milhões no dia 20 de novembro.

DIFICULDADES

Em reportagem publicada nesse dia 17 pelo jornal Folha da Região, de Araçatuba, a situação na unidade de produção da Campestre atualmente é crítica. Segundo o jornal, a unidade está sem energia elétrica e com as linhas telefônicas cortadas por falta de pagamento. Os colaboradores da Campestre que estão trabalhando na UPI também estão com os salários atrasados.

Após recente ameaça de greve por parte dos seguranças da usina, a Clealco recebeu autorização da Justiça para contratar seguranças com o objetivo de preservar a integridade patrimonial da empresa.

O grupo Clealco informou por meio de nota que, diante da decisão judicial, após receber a carta de confirmação de posse iniciará as contratações e testes na usina para o início da safra em Penápolis, com previsão para a segunda quinzena de março de 2014.

A expectativa da Clealco é contratar aproximadamente 1,5 mil funcionários, podendo chegar a dois mil. O grupo informa que no próximo dia 23 de dezembro realizará o fechamento da safra com fornecedores de cana-de-açúcar. O evento acontecerá no Clube de Campo Lago Azul, em Penápolis.