Em Piacatu, ex-alunos relembram da professora Cinelzia Lorenci Maroni


Cinelzia gostava que a chamassem de dona Zita, dizem ex-alunos

31/10/2015 17:48 - Atualizado em 17/11/2015 20:33 | Por: Otávio Manhani

Divulgação/Arquivo Pessoal

Professora Cinelzia posa para fotografia com os seus alunos

A EE Profª Cinelzia Lorenci Maroni, de Piacatu, comemorou no dia 20 de setembro deste ano os 70 anos do sistema educacional no município. O Comunicativo tem realizado uma série de reportagens sobre a data.

Desta vez, alguns ex-alunos da professora Cinelzia (1924-1969) relembram como era o início do sistema de Educação, iniciado em 1945 com a construção de um prédio composto por três salas, o qual foi construído com recursos de Antonio Vendrame (1890-1973).

Na época, em 30 de novembro de 1944, o então povoado de Bela Vista acabara de ser denominado Piacatu, tornando-se distrito de Bilac. Como o prédio foi construído no ano seguinte (1945), já recebeu o nome de Grupo Escolar de Piacatu, que ficava localizado na Avenida dos Expedicionários nº 565 (hoje Avenida Zualdo Paganini).

Porém, conforme informou Armelindo Antunes Guimarães, 79 anos, o Grupo Escolar de Piacatu começou a funcionar oficialmente em fevereiro de 1946. “Até então, as aulas eram ministradas na capela São José, que ficava naquelas proximidades”, relatou.

Embora não tenha sido aluno da professora Cinelzia, ele disse que se recorda dela. “Eu estudava no período da manhã e ela dava aula no período da tarde, então não a via com frequência”, comentou Armelindo.

O Comunicativo teve acesso a alguns documentos escolares, sendo que um deles consta que a professora Cinelzia Lorenci assumiu seu estágio probatório no Grupo Escolar de Piacatu em 23 de maio de 1947.

Dona Zita

O aposentado Nézio Delmônaco, 80 anos, foi um dos alunos da professora Cinelzia e lembra exatamente como ela se apresentou aos alunos. “Ela disse: ‘meu nome é Cinelzia. Como é um nome difícil, então podem de chamar de dona Zita’. Todos na escola - alunos, professores e funcionários - a tratavam de dona Zita”, conta.

Nézio disse ainda que Cinelzia foi sua última professora e que ela era uma pessoa boa, agradável e bonita. Na época, ele morava no sítio São Pedro (hoje sítio São Marcus), no bairro Barreiro, há aproximadamente um quilômetro de distância de onde era a escola.

“Eu ia a pé para a escola. Eu estudava no período da manhã, das 8h às 12h. Mas todos os dias antes de ir, eu tinha que descascar um balaio de milho. Eram 120 espigas”, lembra Nézio.

Ex-alunos

Umas das ex-alunas da professora Cinelzia é a aposentada Lourdes Gonçalves Delmônaco, 77 anos. Suas lembranças sobre a professora são de uma pessoa calma e carinhosa. Ela disse ainda que a professora Cinelzia era solteira quando começou a dar aulas em Piacatu.

“Como a professora Cinelzia não morava em Piacatu e dava aula aqui, ela posava várias vezes na casa do meu pai, Cândido Gonçalves (1914-1953). Na época morávamos no sítio Santa Maria, no bairro Bela Vista. Aí no final de semana ela ia embora para sua casa. Mas não lembro a cidade em que ela morava”, relatou Lourdes.

A aposentada recorda que após a professora Cinelzia ter se casado com Eulo Maroni, o casal passou a morar em Piacatu na avenida Britânia nº 181 (hoje avenida Dr. José Benetti), onde Eulo tinha um cartório. “Aí quando chovia, eu posava na casa dela”, comentou.

Lourdes também se lembrou do dia em que ficou sabendo da morte da professora Cinelzia. “Só soube que ela tinha falecido uns vinte dias depois. Lá em casa ficamos muito sentidos com a morte dela. Era amiga da família”, completou.

O comerciante Waldemar Folini, 80 anos, também foi aluno da professora Cinelzia. “Ela foi minha última professora e era bastante querida pelos alunos. Gostava muito dela”, disse.

Waldemar lembra que ia para a escola com a professora, pois, como ela se hospedava próximo a sua casa, ambos faziam o mesmo caminho para chegar até a escola.

“Eu morava com meus pais em uma casa de madeira e a Cinelzia posava na pensão da dona Leonilda, que ficava no Bar Tabu, de propriedade de Edson Reis (marido de Leonilda). Mas lá era bar, pensão, padaria e sorveteria”, explicou Waldemar.

O bar mencionado pelo comerciante ficava localizado na avenida Britânia nº 346 (hoje avenida Dr. José Benetti). Neste mesmo local, anos depois também funcionou a Prefeitura.

Os ex-alunos Waldemar e Lourdes confirmam o que Nézio mencionou, de que a professora Cinelzia preferia que as pessoas a chamassem de dona Zita.