Bilac sedia fórum regional de Meio Ambiente da Bacia do Baixo Tietê


Município sedia evento regional do CBH-BT e debate propostas

15/11/2013 17:16 - Atualizado em 18/03/2014 15:36 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

Autoridades e representantes da área ambiental durante palestra

Autoridades e representantes dos setores de Meio Ambiente que compõem o CBH-BT (Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê) participaram do 1º Fórum Regional de Educação Ambiental no dia 13 deste mês. O evento foi sediado em Bilac no Centro Cultural Educacional Prof. João Chaim Rezeke Filho.

A prefeita Sueli Orsatti Saghabi (PTB) abriu oficialmente o evento às 9h20, tendo como foco em seu discurso as responsabilidades do poder público quanto às ações ambientais. “Que todos saiam daqui comprometidos com a questão ambiental”, destacou Sueli.

Em sua palestra, o engenheiro-diretor de recursos hídricos da Bacia do Baixo Tietê e secretário executivo, Luiz Otávio Manfré, disse que o CBH-BT “está engatinhando” e que “pouco se foi feito na questão da água”. O comitê foi implantado em 1994 e é composto por 42 municípios.

Em junho de 2009, ocasião em que Bilac também sediou um encontro regional do CBH-BT, o então presidente do comitê, Celso Torquato Junqueira Franco, disse que o órgão não sabia “sequer qual é o volume de água dos nossos mananciais.” Atualmente o presidente do CBH-BT é o prefeito de Guararapes, Edenilson de Almeida, o Dedê (PSDB). Ele não esteve no evento desse dia 13.

Durante a explanação, Manfré informou que a disponibilidade de água no rio Tietê é, em média, de 111 m³ por segundo, enquanto que a demanda atual é de 12m³/s, ou seja, 10% do disponível.

No entanto, o palestrante se demonstrou preocupado, pois, na área da Bacia do Baixo Tietê, 44% estão ocupadas com pastagem e outros 43% com cana-de-açúcar. Outro dado preocupante é que nesta mesma área há apenas 5,7% de vegetação natural. “Isso interfere nos recursos hídricos”, avisou.

MAIS DADOS

Por outro lado, Manfré apresentou a evolução em outras áreas que contribuíram com a preservação ambiental, entre elas a coleta de esgoto que, em 1994, 8% não eram coletados. Atualmente, 98% são coletados, tendo como referência os municípios que integram a Bacia do Baixo Tietê.

Já o tratamento do esgoto teve uma grande evolução neste mesmo período. Em 1994, apenas 25% do esgoto eram tratados. Porém, dados recentes mostram que 90% do esgoto recebem tratamento adequado. O mesmo ocorre com a destinação dos resíduos sólidos. De acordo com Manfré, em 1994 somente 12% do lixo domiciliar recebia a destinação correta enquanto que, atualmente, 96% tem o destino adequado.

Na oportunidade, o palestrante aproveitou para alertar os prefeitos quanto à capacidade das lagoas de tratamento de esgoto. “Elas [lagoas] devem ser revistas”, orientou.

COBRANÇA DA ÁGUA

Manfré também falou sobre a cobrança da água na zona rural que, segundo ele, iniciou neste ano. A cobrança era para ter começado em 2010.

A cobrança, segundo o CBH-BT, é um instrumento de gestão, que tem por objetivo disciplinar o uso da água na zona rural. A medida é uma das ferramentas das políticas nacional e estadual de recursos hídricos. Tal decisão foi tomada pelo comitê durante assembleia realizada em dezembro de 2007.

A água da zona rural é cobrada da seguinte maneira: captação (base da cobrança), uso e o lançamento de efluente. De acordo com o CBH-BT, a intenção desta cobrança é evitar o desperdício e o valor ecológico do produto.

MAIS PALESTRAS

O ciclo de palestras prosseguiu com o arquiteto e urbanista Carlos Alberto Bachiega, que falou sobre o plano de educação ambiental da Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê e síntese da revisão do plano de Bacia e o plano de metas. Na sequência, o biólogo José Aparecido Cruz palestrou sobre os recursos hídricos e biodiversidade da Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê.